segunda-feira, 31 de março de 2014

Inaugura amanhã Museu dos Direitos Humanos do MERCOSUL

 

O Museu dos Direitos Humanos do Mercosul (MDHM) será inaugurado no dia de amanhã, 1º de abril, com cerimônia que terá início às 18h30. O MDHM será a primeira instituição museológica de caráter transnacional voltada para a memória. Este projeto surgiu a partir de uma determinação da Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos do MERCOSUL, em novembro de 2011, ocorrida em Montevidéu, para que em Porto Alegre fosse criado um espaço de memória destinado a dar visibilidade à integração contemporânea de nossos países pela via dos direitos humanos.
O Museu dos Direitos Humanos do Mercosul será sediado no antigo prédio dos Correios e Telégrafos, na Praça da Alfândega, onde hoje encontra-se o Memorial do Rio Grande do Sul (Memorial RS) e oArquivo Histórico do Rio Grande do Sul (AHRS). As três instituições juntas formarão o maior centro cultural de memória do Brasil.
Localizados no coração do Centro Histórico de Porto Alegre, junto da recém restaurada Praça da Alfândega e vizinhos de dois dos principais centros culturais da Capital – o Museu de Arte do Rio Grande do Sul e o Santander Cultural -, o complexo reunirá parte significava da história gaúcha em seu acervo documental. Possuindo documentação que remontam do século XVIII até a contemporaneidade, o acervo
segue crescendo, em especial com a formação do Museu dos Direitos Humanos do Mercosul, com a incorporação de coleções de documentos ligados aos temas dos direitos humanos, histórias de vida e dos movimentos sociais.
Com mais de 3.600m2 de área, o edifício centenário, que abrigou até 1996 a sede dos Correios e Telégrafos, recebeu uma nova reforma entre 2013 e 2014 para abrigar o Museu de Direitos Humanos do Mercosul (MDHM). As adaptações recentes consistiram na modernização de sua área expositiva, com a contrução de galerias de exposições, salas de montagem, nova museografia e iluminação. A primeira etapa das reformas foram realizadas para o recebimento da Bienal do Mercosul, em 2013, quando a população pode visualizar o prédio com suas estruturas internas recuperadas. Agora, em 2014, foram construídas galerias no térreo e no primeiro pavimento do edifício tornando-o adaptado para exposições com os mais variados
suportes e temas relacionados ao projeto curatorial que o museu irá implantar. Finalizada esta etapa da reforma no dia 20 de março, a edificação estará composta por 13 modernas galerias. Ainda no decorrer deste ano será completamente reformada a Sala de Pesquisa e adaptada a área de acervo do museu, incluindo uma reforma completa do auditório.. Todas estas reformas estão sendo realizadas com recursos provenientes através de um convênio firmado entre o Governo do Estado do Rio Grande do Sul e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR). Até o final de 2016, a terceira etapa será completada através do PAC das Cidades Históricas, quando o edifício estará totalmente climatizado. A climatização hoje é parcial e atinge 3 galerias e as áreas de acervo.
Com a inauguração do Museu dos Direitos Humanos do Mercosul, o Rio Grande do Sul, além de ganhar uma nova instituição museológica de porte internacional, passará a ser referência na constituição de programas que estimulem a cultura da memória e da história.
Essa nova instituição de memória tem o objetivo evidenciar que os direitos humanos são um uma construção histórica e que sua manutenção como uma plataforma universal depende que a sociedade se aproprie do conceito para si. Desse modo, apresentará em seu programa curatorial um conjunto de exposições que abordarão os mais diversos temas relacionados aos os direitos humanos, como: violência política, histórias de mulheres e do movimento feminista, negros, indígenas, da comunidade LGBT por meio de uma sólida plataforma artística e histórica. Em 2013, por exemplo, o Museu já iniciou a formação do primeiro acervo público brasileiro com a temática LGBT recebendo os arquivos do Grupo Nuances – acervo de imensa relevância, pois o Grupo é uma das primeiras organizações em prol dos direitos da comunidade LGBT brasileira e possui uma variedade significativa de registros em imagem e papel que retratam os últimos 20 anos.
Por meio de um programa curatorial arrojado e inovador, que estará fundamentado na justaposição entre produção artística e a documentação, e de um programa pedagógico comprometido com a educação para a cidadania, o museu busca articular em seus projetos culturais uma visão do conjunto das demandas por direitos humanos no âmbito e fomentar a construção de uma cultura de paz e tolerância, fugindo, assim, de abordagens dogmáticas ou doutrinárias que podemos considerar recorrentes em projetos realizados sem o mesmo cuidado no desenvolvimento da plataforma museológica ou produzidos por compromissos
estritamente políticos. Trata-se, portanto, de um museu de afirmação inequívoca dos direitos humanos, mas aberto à diversidade em todos os sentidos e variantes. Fonte: Secretaria de Estado da Cultura do RS.

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