III Seminário Nacional Sobre a Cultura de Paz reúne profissionais para fortalecer as práticas da Justiça Restaurativa

Texto e fotos: Eliana Passarin

Autroridades prestigiando a abertura do Evento

Iniciou ontem à noite o III Seminário Nacional Sobre a Cultura de Paz com o tema Fortalecendo as Práticas de Justiça Restaurativa junto ao auditório do  bloco J da UCS em Bento Gonçalçves. A abertura do evento contou com a presença do Coordenador da 16ª CRE Enio Eliseu Ceccagno, do Promotor da Infância e Juventude Elcio Resmine de Menezes, da Secretária de Educação de Bento Gonçalves Iraci Luchese Vasquez,o Sub-Reitor da UCS Miguel Santin da Vereadora Neilene Lunelli e da Presidente da Associação EDUCARE Renata Cimadon, professores,policiais, diretores de escolas, entidades e comunidade militante da causa. A abertura contou com a apresentação do Coral do Hospital Tachini que interpretou músicas da cultura brasileira e clássicos internacionais.

Coral do Tachini sob a regência do Maestro Farina encantou os participantes do Seminário

 

Os trabalhos do Seminário iniciaram com a apresentação da trajetória da Associação EDUCARE desde sua fundação em 2006, os projetos desenvolvidos e sua missão a qual já a qualificou em formações mais de 1000 profissionais de diversas áreas com foco sempre na Cultura da Paz. A apresentação foi feita pelo Promotor Elcio um dos indealizadores da EDUCARE e pela atual presidente Renata Cimadon.  " Tudo começou com um movimento que envolveu a 16ª CRE, SMED, COMDICA, Conselho Tutetar, escolas, Conselho de Educação e Ministério Público, fruto desta discussões, angústias e busca por caminhos com resolutibilidades desta caminhada o movimento seguiu para a constituição jurídica de uma entidade, que pudesse registrar seus atos e também buscar recursos para contratar profissionais para atuar, entendendo que a educação ultrapassa os limites das paredes dos prédios e que a escola já se constitui em espaço social capaz de ser e resolver seus conflitos na busca  de propor escutas e diálogos e de revisitar o ser humano, enfatizou o Promotor.

Promotor Élcio Resmine de Menezes relatando a trajetória do Movimento e da EDUCARE

 Presidente da EDUCARE Renata Cimadon

Na sequência os participantes do seminário foram contemplados com a Palestra-show, Resgatando o que nos torna Humanos", com Giovani Matiello  que mesclou falas com músicas  o qual afirma que o seu trabalho é uma forma de aproximar a Escola das famílias, refletir sobre a sociedade de consumo e a verdadeira felicidade,evidenciando os valores humanos entre eles a espiritualidade".

Giovani Mattiello  fez a Palestra-show na abertura do evento

O evento que segue no dia de hoje (25), abriu os trabalhos pela manhã com a palestra do Juiz Titular da Vara Especial da Infância e Juventude de São Paulo e Coordenador do Centro de Estudos de Justiça Retaurativa da Escola Paulista da Magistratura  Dr. Egberto de Almeida Penido que falou sobre "Justiça Restaurativa: a dimensão do humano". "Espaços como este seminário são momentos fundamentais para percepções, inspirações, ações, trocas de experiências efetivas não de utopias". Quanto a divulgação midiática da violência, do debate da maioridade penal, do aumento das punições e penas, ela só contribui para o acirramento da própria violênica, só desperta medo e não contribui para uma reflexão mais aprofundada do tema", destacando que esta forma de resolver os delitos, os conflitos não tem mostrado ser eficiente na prática inclusive em outros países, a dinâmica da vingança que não sacia, não funciona mas  isto não é ma apologia a impunidade, diz o Juiz. " A justiça restaurativa tem como foco as relações, causa/consequência, necessidades e reparação e isso é possível de ser feiro na prática com o processo dos círculos restaurativos que citou como exemplo.

A tarde o evento segue com a palestra da psicóloga  e Educadora Mônica Mumme e  a Assistente Social Selma Braga Salzgeber com o tema "Justiça Restaurativa: prática e teoria em diálogo para a construção de novos saberes". O evento que é uma promoção da EDUCARE, Ministério Público - Promotoria da Infância e Juventude de Bento Gonçalves conta com o apoio da SEDUC através da 16ª CRE, SMED, UCS e OAB  e encerra com Compromissos para o fortalecimento da Rede para as práticas da Justiça Restaurativa.



Juiz Egberto de Almeida Penido

  

Equipe organizadora do evento com palestrantes, Monica Mumme, Selma Braga Salzgeber e Juiz Egberto de Ameida Penido

 

Coral do Tachini com membros da EDUCARE

Relembrando: Justiça Restaurativa
Matéria publicada no dia 05/06/2013

O curso capacitou através da técnica do Processo Circular o qual está sendo aplicado no Colégio Landell de Moura através dos professores Guardiões do Círculo Rodrigo Antônio Rigon e Jania Genher. A representante da 16ª CRE Elda Falcade que também realizou o curso avalia que a Justiça Restaurativa é uma medida facilitadora especialmente nas escolas para resolver conflitos,destaca a importância do Objeto da Palavra na dinâmica pois ela da vez e votos a todos de forma igualitária.
Para o Promotor da Infância e Juventude de Bento Gonçalves Dr.Élcio Resmini de Meneses as escolas têm o desafio e a necessidade de buscar alternativas para refletir sobre o que a sociedade lhes impõe diariamente."As práticas restaurativas, na proposta de processos circulares, onde todos têm a oportunidade de falar e ouvir, é o mecanismo possível de contribuir com o espaço social escolar, naquilo que trata das relações humanas e de seus necessários conflitos",diz o Promotor.

Processo Circular

"Em apenas duas semanas da aplicação do método já estão sendo sentidos os resultados na turma e na escola afirmaram os responsáveis. "Saimos do diálogo apenas, para a ação",diz o Guardião Rodrigo.

O método faz com que os alunos encontrem as soluções dos conflitos na sala de aula,refletindo sobre seus atos, melhorando o coletivo. Para a professora da turma onde foi aplicado o trabalho Rosalina Morbini a mesma afirma: "senti que não existe só o aluno pensante,mas um ser humano,eles também perceberam que não existe só um professor mas um ser humano,caem as máscaras,os clichês,aparecem as vulnerabilidades."Existem pessoas nos dois lados,professor e aluno,aproximou as relações."Sugiro que se faça o círculo com toda a escola, professores, funcionários e alunos".

Professora Rosalina "método serve para que a gente se perceba como seres humanos".

O professor Rodrigo afirma "sabemos que as pessoas são indivíduos mas não os sentimos e este método nos proporciona isso".

Segundo relatos da equipe a professora conselheira da turma Roberta Dal Corso fez um levantamento de pontos positivos das atividades da escola e a realização do Círculo foi o mais apontado pelos alunos.

A diretora do Colégio Vanise Lúcia Somensi Marconi diz acreditar na Justiça Restaurativa, agradeceu a EDUCARE por proporcionar o Curso e a 16ª CRE pelo apoio aos projetos que estão sendo desenvolvidos na Escola.

Guardião do Círculo professor Rodrigo e a Diretora Vanise

Alunos entusiasmados com as mudanças

Para a aluna Tuany Andressa da Silva de 15 anos "o círculo foi muito legal,porque mudou o respeito entre os alunos e professores,temos mais dedicação na sala de aula"

Respeito palavra destacada pela aluna Tuany

"Diminuiram os conflitos pois meche com os sentimentos,estamos mais unidos disse a aluna Jaqueline Santos de Matos de 15 anos.

União disse Jaqueline

"Passamos a compreender mais os professores,fortalecemos as amizades e os trabalhos em grupo", disse o jovem Hudson Leal Fernandes de 16 anos.

Amizade reforçada disse Hudson

Educare

Para a Presidente da Educare Renata Rigon Cimadon o "círculo é um processo estruturado para melhorar a comunicação entre as pessoas, a construção de relacionamentos, a tomada de decisões e a resolução de conflitos de forma mais eficiente. Através dele criamos um espaço na busca do nosso melhor, de estar presente como um ser humano por inteiro, construindo um novo modo de estarmos juntos".

"Está sendo muito prazeroso para a Associação Educare poder proporcionar a formação em Justiça Restaurativa e a continuidade para o fortalecimento do grupo formado. Através da prática do círculos, podemos observar mudanças nos relacionamentos. Essa é a transformação que queremos e precisamos para este mundo: pessoas mais humanas, que possam construir relacionamentos saudáveis" diz a presidente.